1.5.08

...E o mundo segue cada vez mais careta

Continua a contagem de corpos 2008. Morreu na última terça-feira (29), na Suíça, aos 102 anos, Albert Hoffman o homem que criou o LSD. A causa da morte foi um ataque cardíaco.

Hoffman sintetizou o composto do ácido lisérgico diletamina pela primeira vez em 1938, mas só descobriu o barato da coisa cinco anos depois, quando acidentalmente sua pele absorveu um pouco da substância.

Inicialmente, o químico queria utilizar a droga para tratamento de pacientes mentais. E, de certa forma, foi mais ou menos isso que rolou. O LSD acabou se tornando a droga símbolo da contracultura dos anos 60 e até hoje faz a cabeça de muita gente.

Entre os notáveis que se fartaram da balinha, contam figuras do quilate de Arnaldo Baptista, Ken Kesey, Syd Barret, Júpiter Maçã, Timothy Leary, Lanny Gordin, Robert Crumb e - adivinha? - os Beatles.

Entre as histórias folclóricas em torno de usuários da droga, destaca-se o conto do vigário de Lemmy Kilmster, do Motorhead, que antes de cunhar clássicos do cancioneiro viril como "Ace of Spades" e "Orgasmatron" foi roadie de Jimi Hendrix. Ficaria uma beleza no currículo, se o verrugoso não tivesse todas as suas memórias do período borradas devido à quantidade industrial de ácido que ingeriu nos anos 60.

[[Turn on, tune in, drop out]]

Claro que no meio desse balaio a quantidade de coisas criadas a partir do consumo de LSD é imensa. E coisas boas, entre elas. Para não torrar sua paciência e, ao mesmo tempo, arrumar uma desculpa pra fazer uma listinha esperta, me limito a compilar cinco músicas que devem - e muito - aos experimentos do dr. Hoffman.

[[5 Canções lisérgicas]]:

["She Said She Said" - Beatles]
Embora a canção dos Fab Four mais associada ao ácido seja "Lucy in The Sky With Diamonds", foi nessa faixa do clássico Revolver (66) que John Lennon descreveu com precisão uma bad trip na companhia suspeita do ator Peter Fonda (estrela do épico da chapação Easy Rider - Sem Destino).

["Lindo Sonho Delirante" - Fábio]
Composta em parceria com Carlos Imperial e gravada com acompanhamento dos Fevers, essa faixa da porção argentina da Jovem Guarda possui título auto-explicativo.

["Astronomy Domine" - Pink Floyd]
Qualquer canção com o dedo de Syd Barret entra sem bater em qualquer lista que relacione LSD e música. Essa, que abre The Piper at the Gates of Dawn (68), disco de estréia do Floyd, foi escolhida porque é simplesmente muito massa.

["Pictures and Paitings" - Júpiter Maçã]
Romantismo lisérgico, com o flamboyant dos pampas que só quer dividir o micro-ponto com uma garota de cabelo curto e grudado na testa. Ou seria longo e grudado na bunda? Do clássico A Sétima Efeverscência (96).

["LSD" - Arnaldo Baptista]
"Louvado Seja Deus que nos deu o rock'n roll" diz o mais pirado dos irmãos Baptista crente que ia passar por careta depois de velho, na faixa tirada de Let It Bed (04).

Boa viagem.

2 comentários:

Unknown disse...

adorei teu blog, e os textos bem escritos, sem dizer que temos algo em comum, adoramos malvados!!!!

passa dpois e comenta...
bjkas

http://passageiradotempo.blogspot.com/

Anônimo disse...

John Lennon consumia LSD como se fosse pastilhas TIC TAC! Eu acho que o "Revolver" na verdade foi todo gravado sob os efeitos do ácido.

E Syd Barret? "Astronomy Domine" é bem representativa, mas aquela "The Gnome"...olha só a letra:

And then one day - hooray!
Another way for gnomes to say
Whooooray!!!!

Sem falar no Jefferson Airplane com "White Rabbit"...

Enfim, muita gente mesmo.

Teu blog é excelente! Gostei muito dos assuntos aqui! Voltarei mais vezes.